05 março, 2007

SABORES PASSEADOS, (8)
- ideias ralas no Congresso das Açordas

CONGRESSO DAS AÇORDAS - Portel, Março de 2007
Falar de açordas?
gosto é de
comê-las...

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Já agora, repararam que sempre que nos vêm com modas novas e restrições é invocada a saúde pública? E que há uns, não sei se sonhadores se papalvos, que embandeiram em arco e vão de olhos fechado nessa onda do colectivo saudável. Lembram-se quando, muito preocupada com o nosso bem estar e a nossa boa forma física, a Dinamarca propôs a pasteurização das massas queijeiras. O que eu li por aí de aplauso a uma medida que ia matar germens, combater infecções e trazer saúde a rodos. Ingénuos, não perceberam que a indústria de laticínios dinamarquesa pressionava esta medida, não por estar preocupada com a qualidade de vida de cidadãos e consumidores mas, apenas, porque através da pasteurização conseguia quase anular as características distintivas dos diversos queijos. E depois de serem todos idênticos, eles até podiam fazer Queijo da Serra, Serpa, Ilha: passava a ser uma questão de alquimia e de rotulação.

Como diria o meu amigo José Quitério: já ando a ficar um bocado farto dessa história da saúde publica. Que para tudo dá... mas só para alguns serve! E também não percebi com que direito me querem obrigar à força a ser saudável.

Deixem-me com as açordas, não me obriguem a espargos de lata e não me retirem do mercado as mação com bicho. Que eu tenho medo é das outras, tão bonitas, tão calibradas, tão quimicamente tratadas. tão...

De tão asséptica que querem pôr a vida, o que é que irão proibir a seguir?

De Portel, a par do que já disse de esforço de divulgação das potencialidades de lazer e passeio, de envolvimento das comunidades na criação da riqueza que Alqueva pode vir potenciar, de sensibilização das camadas mais jovens para um futuro que pode estar aí mas que também lhes pode passar ao largo (por ausência de preparação escolar ou por negação de valores culturais que não podem ser desprezados, mas... de Portel, além de tudo isso, exijo um esforço de procura de qualidade da água. para que a açorda valha a pena.

Desculpem lá... acabei por quase não falar de açordas... Não que me tenha esquecido. Na verdade, nunca me passou pela cabeça falar delas. Porque o que eu gosto é de comê-las e sobretudo do passeio até chegar ao seu cheiro, à sua textura e ao seu sabor. È por isso, também, que venho tantas vezes ao Alentejo.

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