30 janeiro, 2007

Por terras de Portel e águas do Alqueva (2)

Um dos concelhos
mais antigos do País

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A vila de Portel, com uma população aproximada de três mil pessoas (pouco menos de metade dos habitantes concelhios) está dotada de um Hotel Rural muito bem situado, em pleno centro da localidade e que reúne as melhores condições CAFÉ PORTUGAL - Passeio de Jornalistas em Portel

CAFÉ PORTUGAL - Passeio de Jornalistas em Portel de hospedagem, sendo considerado um dos principais do seu género no País. Trata-se do Refúgio da Vila, de muita procura pelos turistas (sobretudo no Verão) e onde nos instalámos confortavelmente.

Em termos florestais Portel caracteriza-se pelo domínio do montado, com a presença simultânea do sobreiro e da azinheira e no aspecto vitivinícola apenas possui uma exploração de razoáveis dimensões, a Herdade do Meio, cujo proprietário vem desenvolvendo esforços para produzir vinhos de muita qualidade, o que tem conseguido, ajudando, assim, a valorizar agricolamente uma zona aliás com potencialidades nesse domínio. CAFÉ PORTUGAL - Passeio de Jornalistas em Portel
CAFÉ PORTUGAL - Passeio de Jornalistas em Portel
Portel é sede de um dos concelhos mais antigos do País, que inclui a freguesia de Alqueva, cuja aldeia se tornou famosa por ter dado o nome à barragem que proporcionou o maior lago da Europa, com 250
CAFÉ PORTUGAL - Passeio de Jornalistas em Portel quilómetros de superfície, 83 de comprimento e 1160 quilómetros de perímetro, de grande potencial turístico, como resulta de vários projectos, alguns dos quais em execução, já com bastantes atractivos desde o ano findo.

Fotos: Antunes Amor (direitos reservados)
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29 janeiro, 2007

Por terras de Portel e águas do Alqueva (1)

PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Alqueva
A magia do Alentejo
ganhou novos contornos


Com a construção da barragem de Alqueva, que deu lugar a enorme lago artificial, considerado o maior da Europa, a magia do Alentejo ganhou novos contornos, nomeadamente em concelhos com partes dos seus territórios submersas pelas águas calmas do Grande Lago, que a pouco e pouco constitui atractivo turístico de extraordinário alcance, como foi fácil concluir no decurso do Passeio de Jornalistas a Portel, de 15 a 17 de Dezembro.


CAFÉ PORTUGAL - Passeio de Jornalistas em Portel
Foi um fim-de-semana enriquecedor pelas circunstâncias várias e atraentes do extenso lençol líquido, sobre o qual viajámos, em seguras embarcações, durante duas horas, num concelho pouco populoso, mas patrimonialmente rico e pela fidalguia dos autarcas, ciosos de contribuir para o futuro melhor da juventude local, embora escasseiem os empregadores que garantam postos de trabalho a quem atinge o momento de a eles aceder, o que obriga a que procurem serviço noutras localidades.
CAFÉ PORTUGAL - Passeio de Jornalistas em Portel

Fotos: Antunes Amor (direitos reservados)
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Aldeias do xisto

PASSEIO DE JORNALISTAS no Fundão - Reportagem EPICUR Eduardo Miragaia conta a passagem pelo Fundão. Pode ver aqui a versão integral.

Mas a consulta do texto da reportagem não dispensa a leitura da EPICUR...
PASSEIO DE JORNALISTAS no Fundão - Reportagem EPICUR
Diário de Bordo
do PASSEIO DE JORNALISTAS NO FUNDÃO

27 janeiro, 2007

Pelas bandas de Portel... (6)

Há-de ser tempo de voltar, palavra!

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Vai longo o passeio, como se vê. Quando se acorda, no domingo, é tempo de emalar a trouxa, evocando o Sérgio Godinho. São as horas de despedida, como soe dizer-se. Passa-se, então, pelas freguesias portelenses: Santana, para nos ser mostrado um centro de dia, quentinho, as panelas já em vapores nos preparativos do almoço;

PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Centro de Dia em SantanaPASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Centro de Dia em Santana

Oriola, com indústria de enchidos (a Fercarnes) que à prova merecem aprovação, de queijos (Valverde), tanto ou mais igualmente;

PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Enchidos de OriolaPASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Enchidos de Oriola

e S. Bartolomeu do Outeiro, um miradouro de estalo, de há muito admirado de longe cá pelo admirador, e nunca antes visitado.

PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - vista de S. Bartolomeu do OuteiroPASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - vista de S. Bartolomeu do Outeiro

Adeus, à mesa, no tal restaurante S. Pedro, com silarcas saídas da arca, pois as janeirinhas – as ditas, temporãs – ainda nem deram sinal de vida. Isto, mais uma rapsódia de sabores, com um debate informal sobre açordas, e o que com este nome se come pelas bandas de Portel. Por exemplo, um calducho nunca antes por mim provado, prato conseguido com bacalhau, o perfume especial do poejo, mais umas silarcas em sendo tempo delas.

PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Restaurante S. PedroPASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Restaurante S. PedroPASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Restaurante S. Pedro

Há-de ser tempo de voltar, palavra.

Fotos: Antunes Amor (direitos reservados)
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26 janeiro, 2007

Pelas bandas de Portel... (5)

Arribámos
a uma exploração vitivinícola,
a Herdade do Meio

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E porque estas andanças dão para ir acumulando atrasos, era já noite muito feita quando arribámos a uma exploração vitivinícola, a Herdade do Meio – para se ficar boquiaberto. É que esta é uma história fabulosa – de fábula, precisamente. Espera-nos o homem que meteu pés ao caminho – foi nascido lá para as bandas de Penamacor, e casou com alentejana – e mãos à obra.
Ora ouçam, se a memória não atraiçoa. De seu nome João Pombo, era homem do turismo, e quem o conhece atesta que levou o nome de Portugal por esses paralelos e meridianos fora. Às tantas, força dos tempos – será também coisa do El Niño – foi ele levado, seja isso o que for, a ceder num desses processos de concentração que leva os mais pequenos mas nem por isso menos apetitosos – veja-se os jaquinzinhos – a serem abocanhados pelos maiores e mais poderosos. Então, Pombo, vendeu, dizem que assisadamente. Só que, ficou sem poder voltar ao seu ramo natural de actividade, por contrato assinado nesse sentido.
Que fazer com a “pipa” de massa arrecadada? O lado alentejano do casamento a encarar a compra da tal casinha que tantos tem levado ao Sul. Buscando lá foi parar a esta Herdade do Meio, guarnecida de vinhas que, a um homem de negócios como ele, para mais com formação académica na área das gestões e economias, logo se impuseram como a saída para o capital que não deve ter mais que fazer do que reproduzir-se.
Meteu mãos e dinheiro – próprio e de crédito – à obra, a aprontou-se a ter vinho no mercado logo daí a uns meses, quando fosse tempo de vindima. Mas, inexperiente na área, não sabia nem supunha que havia uma crise do vinho. Ou seja, que os néctares do Alentejo são obra, são apreciados, mas no mercado há vinho a mais, e muitas adegas ingurgitam de produções antigas.
Morrer na praia, ele? Garante que não, ali ao frio e silêncio dos campos neste Dezembro calmo. Bateu-se por mercado, imaginou saídas, recorreu a amigos, e por fim lá veio generosa encomenda de garrafas. Ora, ele não tinha das tais reservas paradas, o que significa capital não reprodutivo, e pelo contrário até foi obrigado a subir a parada, ou seja, comprar mais uvas a produtores alheios, para cumprir a prometido.
Daí para cá tem sido um virote. O que lhe está atravessado na garganta é que a parte edificada da Herdade do Meio, esgotou a cota que lhe foi fixada no Plano Director Municipal que vigora no concelho de Portel. Construiu adega, instalações, mas o tal sonho de casinha ali à beira do negócio consumiu-se no malvado PDM. Lamento do empresário, espadeirando contra tudo e todos que são empecilho: não pode crescer tanto quanto podia e queria, para bem municipal, regional e do país.
Ataca, ataca. Ali, connosco, o presidente da câmara apara-lhe os desejos, reivindicações, tanto mais que o tal plano director vem de tempos em que ninguém imaginava este surto de crescimento: é a barragem, são os vinhos, é o azeite. E o turismo, ouviram?
Já investiu milhões, prepara-se para manter a semeadura, assim haja condições. Declara, alto e bom som, a deliberação de resistência, a este e outros empecilhos, a brigas com o IFADAP ou às alegadas picardias da Inspecção do Trabalho. Há mais milhões, presume-se, o negócio vinga. E já ele tem na manga um projecto de maternidade de porcos alentejanos, essa quintessência alentejana que avassalou a gastronomia portuguesa. É futuro que outros empresários também já exibem.
Foi jantar, então, recheado de declarações ribombantes: o marreco matado expressamente para este convívio esteve à altura, os vinhos da casa sobrevoaram (há um reserva que não é para todos os gostos, mas de gabarito). E ouviu-se o tal coral alentejano, dizimado pelos tais afazeres natalícios, como já assinalei. E o presidente da Câmara, lá se fez primeira voz, ponte entre dois estilos de cantar as modas.
PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Herdade do Meio
PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Herdade do Meio
PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Herdade do Meio
PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Herdade do Meio
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25 janeiro, 2007

Pelas bandas de Portel... (4)

Como se fosse uma motoreta,
sem exigência de carta de condução

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PASSEIO DE JORNALISTAS - Navegando o Alqueva
Bom, a Nautialqueva espera por nós, ancorada nos seus barcos, barquinhos e barcões, mais o serviço de terra que em grande parte há-de ser. Agora, os pontões de atracagem já lá estão, com alguns dos devidos navios. Qual é a ideia? Bem, os franceses, por exemplo, já há muito aproveitaram a navegação nos vários canais que dão passagem entre rios, para fruição do turista de calmaria. Mas outros países de outras línguas aplicam a receita, e daí que os vários modelos de embarcações tenham vindo com nome à inglesa – house boats.
Chamemos-lhes amavelmente barcos-casa e entremos. O engenheiro Manuel Maia, que é sócio da empresa, põe a engenhoca em marcha e passa ao lado prático da navegação: “Ora, veja lá, que é mais fácil do que conduzir o carro”. E é verdade, navega-se facilmente, com um motor de baixa cilindrada, coisa como se fosse uma motoreta, sem exigência de carta de condução. É que lá está o sonar para dar conta da profundidade e de possível má vizinhança para o casco; o GPS, a dar conta até dos “piões”, a carta com tudo assinalado, o canal de navegação, as margens, as profundidades. Se for o caso de necessidade, de disparate do navegador, há alarme para recuar a tempo, telefone para pedir apoio…
Agora, imaginemos que há uma família a precisar de descomprimir: aí está, há quartos, há fogão, frigorífico, mesa, barbecue. E o serviço opcional para quem não quiser ir fazer compras, ou pressa de zarpar logo com a despensa abastecida – a gosto. Basta fazer e enviar previamente a lista do supermercado.
Depois é andar por ali: como um francês do último Verão, que se ficava no escuro, muito escuro, a contar as estrelas que já não pode ver lá nos céus ultra-iluminados de onde partiu. Havia de dormir depressa, que são mais, as estrelas, do que os carneiros todos do Alentejo.
Aprovado para este modo de vida. Hoje, quando por aqui nos é exibido o estilo de descanso em oferta, o Inverno fez-se doce, acordou frio mas de sol cordato, tudo calmo. E enquanto nos abeiramos da embocadura do Degebe no Guadiana, no meio dos idos alcantis das margens, abre-se um espumante, pousa-se os olhos no espelho da água, repousa-se o corpo numa das cobertas. E diz-nos o engenheiro que a empresa está para aproveitar tudo, e outros barcos de outras dimensões, e outros passeios, por ali se alinham. Ou sejam, estão no Alqueva não tarda outros, capazes de levarem grupos de congressistas, e outros tipos de exércitos.
Alqueva abaixo, já nos abeiramos do paredão, com velho receio na alma e no coração: a densidade autorizada para as margens da albufeira tem crescido na proporção geométrica da gula dos capitalistas; o gado que devia limitar-se aos montes não resiste a ver-se reflectido na água; já navegam sem GPS nem sonar algumas nódoas de lubrificantes e/ou combustíveis.
O autarca, ele próprio, reconhece as ameaças. Estas e outras, e diz-se atento e obrigado. Oxalá fique Portel imaculada nestas andanças do grande lago.
PASSEIO DE JORNALISTAS - Navegando o Alqueva
PASSEIO DE JORNALISTAS - Navegando o Alqueva
PASSEIO DE JORNALISTAS - Navegando o Alqueva
PASSEIO DE JORNALISTAS - Navegando o Alqueva
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PASSEIO DE JORNALISTAS - Navegando o Alqueva
PASSEIO DE JORNALISTAS - Navegando o Alqueva
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Fotos: Antunes Amor (direitos reservados)
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24 janeiro, 2007

Entre o céu e a pedra

Domingos de Azevedo, em crónica no Revista VIAJAR, a propósito do PASSEIO DE JORNALISTA ao Fundão. para ler aqui.

23 janeiro, 2007

Pelas bandas de Portel... (3)

De Vera Cruz à Amieira
com Alqueva em fundo

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A terra, agora animada pela velocidade e proximidade proporcionadas por um IP, respira depressa. É que se trata de um dos concelhos beneficiados, do lado português, pelo “grande lago” do Alqueva, como aqui e ali se ouve com uma entoação de orgulho (e expectativa, que, por enquanto, é dominante). Ou seja, o marasmo de outrora, com verões em que a torneira nem pingava, dá lugar, a pouco e pouco, a barcos com motor fora de borda, projectos de empreendimentos turísticos, um mar de dinheiro. E tubarões, que esta água toda atrai estes bichos: os grandes no ramo das férias e lazer instalam-se.

PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel PASSEIO DE JORNALISTAS em PortelPASSEIO DE JORNALISTAS em Portel
O presidente da Câmara quer mostrar-nos que é verdade. Leva-nos pela mão, de passagem pelo património de Vera Cruz, mais as suas heranças dos Hospitalários e o pedaço de lenho que sobrou das cruzadas. O antigo centro religioso e fortaleza lá continua, agora sob o olhar atento da autarquia que não deixa de apostar no lado seco do concelho, porque o turismo certamente não será só ir a banhos na barragem. Portanto, avançam projectos de estudo e divulgação.

PASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Vera CruzPASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Vera CruzPASSEIO DE JORNALISTAS em Portel - Vera Cruz
Os exorcismos que deram fama a Vera Cruz estão hoje fora de moda, mas há a memória dessa crença que levava gente de todo o lado à terra, à espera de influência benéfica por sortes do pedaço da vera cruz de Cristo – alegadamente colhido nas andanças de conquista da Terra Santa, ou de Fé extremada.

PASSEIO DE JORNALISTAS - Vista de Alqueva na AmieiraPASSEIO DE JORNALISTAS - Vista de Alqueva na Amieira
E Alqueva, enfim, que eu nunca tinha visto assim, a dar água pelos joelhos da Amieira, uma das freguesias portelenses, em margem que era do Degebe, e onde assentou arraiais uma das tais empresas viradas à água. Porque se trata de um relato, não de um relatório, deixem que assinale aqui uma breve passagem por uma indústria de mel – e que é bom, sim senhores. Até dá para aparecer nas lojas gourmet associado a uma outra etiqueta, lá da Serra da Estrela, o que é prova de estaleca.

CAFÉ PORTUGAL - Melaria da Serra de PortelCAFÉ PORTUGAL - Melaria da Serra de PortelCAFÉ PORTUGAL - Melaria da Serra de Portel

Fotos: Antunes Amor (direitos reservados)
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