Ele há modas de dar música ao povo. No “país” das saias faz-se prova: Patinho canta Portel enquanto gere Portel. É cantautarca: foi a voz (e o canto) que lhe grangearam famas, antes da prova do voto, muito antes. O voto afinal foi prova da fama. | |
Dando música, Patinho subiu a íngrema ladeira do poder. Cantando.
| Porque o canto se enquadra na paisagem. E razões há: cantar é expressão de amor. Um político que canta é, em princípio, um político que ama. E poder sem amor pode ser prenúncio de tirania. Poder com amor pode gerar zelo pela terra e pelo povo. |
Terá assim pensado quem vota. Sinceramente, não se sei se assim foi. Presumo. Quero acreditar que sim, que não houve confusão de músicas. Que indo nas cantigas, o povo somente se guiou pelo bom senso. Oxalá.
Patinho tem razões: quer um desenvolvimento sustentado no que é produto da terra, nas paisagens, na cultura, no respeito pela história e pela geografia. Oiço-o e convence-me. Mas sei, todos sabemos, que as palavras (por si sós) não fazem mundos. Denunciam intenções. Apenas. Entre intenções e factos medeiam distâncias. Por isso, o olhar deve somar-se ao ouvir.
Eu olhei: Portel está linda, desenvolve-se a custo (mas desenvolve-se), a vila não perdendo a sua traça e o seu traço. Não se perdendo. Claro: três dias não determinam certezas. Dão aparências. E estas são agradáveis. Fico com elas, sabendo eu que juíz é quem vota. É preciso esperar pelo momento próprio. Tirando então conclusões.
Surpresa foi isto: ter encontrado em Portel um autarca que se junta ao grupo para fazer ouvir a voz sua, cantando. Cantando saias, cantando as modas da sua terra, levando-as mundo fora embrulhadas no som das violas, das concertinas, dos ferrinhos. | |
Cantando para espantar os males de um povo (alentejano) que teve já males que cheguem.
Assim também se faz política.
Diário de Bordo do PASSEIO DE JORNALISTAS EM PORTEL
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