31 maio, 2006

PASSEIO DE JORNALISTAS
ao barrocal e à serra algarvia (2)

Alecrim,
alecrim aos molhos…
por causa de ti,
choram os meus olhos...

IR PARA O PRINCÍPIO


Ao ponto a que chegámos!...pensava eu olhando através da vidraça do autocarro que nos conduzia, nessa tarde de sexta feira, rumo ao interior do Algarve. Com as praias para lá da serra do Caldeirão que, devido ao bom tempo, se adivinhavam apinhadas de gente em contraste com a ausência humana desta paisagem de sequeiro.
Uma vez instalados no hotel – ousadia de uma estrutura agradável, com piscina, em plena serra - as "hostilidades" começaram com o jantar da Progitape em que participaram os presidente das Câmaras Municipais de Loulé e Albufeira, o presidente da Região de Turismo do Algarve e o presidente da Junta de Freguesia de Alte.


Presid. da Região Turismo do Algarve

Presidente da Câmara Mun. de Loulé

Presidente da Câmara
Mun. de Albufeira

O interior algarvio deu o mote para as conversas dos autarcas, a uma voz, para falarem do modo com estão espartilhados entre programas vários de desenvolvimento urbano e ambiental e as pressões a que são submetidos para enfrentar a competitividade. Em fundo, sempre a importância da fixação de populações e o combate à desertificação.
Já em relação à refeição propriamente dita, o mel, o queijo, os carapaus alimados (deliciosos) dispensavam - para as minhas capacidades gustativas - o prato de javali com castanhas e outras iguarias…

O licor de poejo era uma delicia, já o achei nas lojas
“Gourmet” em Lisboa.

O grupo de cantares “Erva Doce”, que animou o repasto, estava imparável, sob a liderança de Sérgio Silva, um médico que deixou os Açores há vinte anos e se fixou em Alte, pesquisando e recriando a musica local. A sua performance musical com “Romance” ou “Maria teu amor já ganhaste” foi agradável e entusiasmou.
Do varandim/terraço do Alte Hotel, avistam-se, como se fora um rendilhado em tons vários de verdes, as chamadas culturas de sequeiro, ou seja laranjais, alfarrobeiras, figueiras, amendoeiras - cujos frutos quase se não apanham porque não há mão de obra e sai mais barato importar.
Estávamos num Algarve de fontes e flores que bordejam aldeias de casas caiadas de branco, com o azulado do rosmaninho ou do cardo florido, numa ambiência que caracteriza uma região que raras vezes frequentamos e por isso desconhecemos.. Há povoados onde apenas vivem uma, duas.. três pessoas… E vêm-me à memória aquelas imagens da televisão... com rostos tisnados, envolvidos em lenços, de mulheres idosas em pranto... quando em 2004 aquela zona foi dizimada pelos fogos.

Fotos: Antunes Amor (direitos reservados)

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29 maio, 2006

PASSEIO DE JORNALISTAS
ao barrocal e à serra algarvia (1)

No outro Algarve...
há gente capaz de nos surpreender!
(Alte, Salir, Querença, Paderne)


Momentos particularmente bonitos de cultura e de convívio humano, com o exemplo das “moças nagragadas” durante o almoço no restaurante “Moiras Encantadas” em Paderne - onde provérbios mil circulavam de boca em boca – concluíram, ao som do acordeão, o “Passeio de Jornalistas” àquela zona interior do Algarve, onde o azulado do rosmaninho espalhado por entre amendoeiras e alfarrobeiras sob o calor serrano, amenizado pelo predominar de fontes nos convida a suavizar o ritmo.
Apesar de se verificar uma repetida desertificação humana - poder central não olha - há gente capaz de nos surpreender:
O que dizer da originalidade do suco de água e hortelã, com pão de limão, com que fomos recebidos em Querença? E o esparto em Alte - persistentemente batido por mãos de mulher, na pedra, até parecer sisal - sabem o que é? E dos árabes que estiveram em Salir…sabemos alguma coisa?

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27 maio, 2006

Algarve: entre o Barrocal e a Serra...
COMBATER A DESERTIFICAÇÃO
COM O TURISMO RURAL


"Dantes havia gente e não havia infra-estruturas. Hoje há infra-estruturas e não há gente",
lamenta Piedade Carrasquinho, presidente da Junta de Freguesia de Salir

Com as férias quase à porta, há muita gente que procura fugir ao reboliço das praias apinhadas de gente, partindo à procura de um Portugal pouco conhecido. A esses deixamos aqui uma proposta. Com o destino a ser o... Algarve. Mas não aquele que vem nos roteiros turísticos. é um outro, o do interior, das aldeias perdidas (...)

ANABELA PEREIRA, Semanário, 24/05/2006 (ler mais)

Algarve: entre o Barrocal e a Serra...
O HOTEL DE ALTE


Uma outra forma de descontrair

O Alte Hotel, de 3-estrelas, fica situado na aldeia de Alte. No interior algarvio, junto à serra do Caldeirão, no concelho de
Loulé.

Esta unidade hoteleira, totalmente climatizada, é propriedade da Altetur Lda., empresa portuguesa formada por três sócios, sendo um deles uma empresa canadiana e o outro um português emigrante no Canadá e sócio daquela mesma. O terceiro sócio é filho da terra e com interesses no terreno onde o hotel está
sedeado. (...)

LUIS MAGALHÃES, Opção Turismo, 23/05/2006 (ler mais)

23 maio, 2006

Sentei-me nos joelhos de Portugal

É este o título da reportagem do Domingos de Azevedo que conta o Passeio de Jornalistas a Miranda do Douro com almoço de viagem no Fundão. Vem publicada na Revista VIAJAR e vale a pena ler.
Para abrir o apetite:
(...)
É neste tipo de viagens-de-estudo ou viagens-revelação que Portugal se apresenta sem máscara, sem óculos escuros, e apaixona todos, menos aqueles para quem essas experiências não são inéditas, sim o dia a dia. Mas para os restantes fica-se (quase)
mudo com aquilo que se observa e ouve.
(...)
O paradoxo de tudo isto é o Rui convidar jornalistas portugueses a conhecer... Portugal.
(...)
Os nossos encontros (entre mim e Portugal) são raros (viajo mais, a convite, para o exterior), por vezes difíceis.
(...)
Só em ocasiões como esta nos abraçamos, comovidos, procurando saber um do outro. Ele então crava-me pelas unhas, pela surpresa, por sua vez eu cravo os meus dentes na sua boa gastronomia.
(...)

Uma reportagem que nos leva a comer cerejas no Fundão e posta em Miranda, com danças de pauliteiros e muitos percursos de aventura e deslumbramento. Que até podem ser pelo trabalho do Centro de Música tradicional "Sons da Terra":
(...)
Recolher as recolhas e recolher o que ainda não foi recolhido.
(...)
Arquivo e memória, por um lado, mas foco dinamizador e irradiador por outro.
(...)
Ou apenas, contemplação de Miranda:
(...)
A voz das pedras surpreende em Miranda do Douro.
Deixe-se portanto surprender.
(...)
Miranda do Douro não está no fim do mundo. Está antes, no começo do mundo. Chega-se mais rapidamente a Madrid que ao Porto. E ainda vos digo que não há rolos fotográficos que cheguem para tudo registar de válido.
(...)
Para saborear com tempo vagar clique aqui.

14 maio, 2006

Os murmúrios da Serra...



Das muralhas de Paderne, ao murmúrio das águas em Alte, à vista da Rocha da Pena.
Por caminhos de Serra neste fim de Primavera.
Com as "Moças Nagragadas" e as "Irmãs Faísca" é a alma algarvia que fala e canta... sempre com um acordeão em fundo...
E o PASSEIO DE JORNALISTAS vai em busca deste Algarve sem praias onde a vida flui mais devagar, mais humana, e se guardam segredos e sabores de outros tempos.
E se a serra se foi despovoando e o litoral parece tudo querer sugar, há quem fique e resista... há quem sonhe outros futuros e acredite em coisas simples como o medronho e o mel, em lacos de vizinhança e relações de proximidade, há quem acredite na serra, há gente nova que inventa modos de a viver e fazer sua.
Na sexta feira já lá vamos estar.

Passeio de Jornalistas no Algarve 19, 20 e 21 de Maio

08 maio, 2006

Já nem faltam 15 dias...


Está quase!
Os convites já estão em distribuição.
As inscrições terão de ser feitas até à 18 horas da próxima 3ª feira (16/05/06).
Como, por razões de ordem logística, desta vez não poderemos levar connosco mais de 15 jornalistas... é melhor despacharem-se!
Ficamos à vossa espera.


Foto lincada de:

Passeio de Jornalistas no Algarve 19, 20 e 21 de Maio