Portel, da encosta do castelo | Pois foi. Desta feita escapou-me o Refúgio da Vila. Muitos caçadores por aqueles azimutes, a tropa toda do Passeio de Jornalistas, e o Rui Dias José deu comigo borda fora. Calhou-me uma Casa de Silharcas, albergue em formato unifamiliar que é desfrutado, nestes tempos, |
sobretudo por citadinos de uniforme e caçadeira que precisam de colchão por umas horas. Ao alvorecer já eles levantam restolho e fazem o gosto ao dedo. Qual Portel? Qualquer pouso serve.
Nem era desagradável, a casa, apesar de por ali ter passado arquitecto modernaço ou similar. Quem vê o abrigo, de fora, a partir da Rua de Évora, imagina que por dentro há uma daquelas típicas casas alentejanas, mas a porta franqueia-se em espaço aberto de alto a baixo, com mezzanine e tudo, um aparelho de ar condicionado mal situado, e algum desconforto. Enfim.
O hotel rural deu, sim, para um jantar de boas vindas (idas), com presidente da Câmara e tudo, já em mandato renovado no pós-Vidigal Amaro. Agora é o tempo de Norberto Patinho, anfitrião completo, dedicado: ele não desgrudou durante os dois dias e tal desta visita do grupo ao seu concelho. Ou seja, queria mostrar o que tem feito, sem recusar a responsabilidade do que tem sido feito.
E lá renasceu a ideia de tempos idos: como um empreendimento turístico ajudou a dar a volta a uma pasmaceira… O restaurante é o mesmo, mas pareceu-me que para pior. Anima-se por ali a contabilidade em actividades diversas, até em cursos de culinária, e
talvez seja essa a explicação para o falhanço dos comes.Uma sopa de cação em que o excesso de farinha levou o caldo a um estado colóide, ou seja, muito semelhante ao que noutros tempos se preparava para fazer as vezes de cola. Sim, senhores. Mas não foi tudo: umas migas com carne de porco | Norberto Patinho e Rui Dias José |
enviavam-nos direitinhos para as mesas de hotel com serviço de bufete. Desenxabido, em que qualquer semelhança com receitas alentejanas era pura coincidência.
Valeu o inesperado: às tantas, o tal senhor presidente da autarquia foi feito saltar do lugar e devidamente introduzido (desculpem a
influência do inglês) pelo co-anfitrião José, com a explicação de que é ele um dos mentores do tal grupo. Mas Patinho lá se explicou, e justificou que todo o grupo estivesse ali para um pouco de serão: eles nunca quiseram ser um grupo tradicional alentejano, assumiram que faziam aquilo
| Trocada a fatiota... |
por gozo pessoal, divertimento e o mais das circunstâncias.
E divertimo-nos, pois. Até trauteei, se pode dizer-se tanto. Portel marcou pontos, mais uns, porque a brincar, a brincar… Até porque anda por aquelas bandas um coral que remete para a tradição do cante alentejano – mas desse nós acabámos por ouvir umas escassas duas modas, na noite seguinte, mesmo assim em versão mitigada. É que o pessoal andava todo azoado com as compras do Natal.
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