percorriam a planície
tacteando as casas e os montes
os muros e as árvores
com os seus dedos de aragem
As árvores dóceis
ofereciam
seus cabelos verdes-escuros
retesando as pernas
e os braços
excitadas
pelas lúbricas carícias
do vento
nos nódulos do tronco
Num torvelinho de sopros
o vento brincava
com as ervas e as papoulas
flutuando
líquidos diálogos
onde marulhavam folhas
e voavam palhas e gravetos
Eolo apaixonado-amante
o vento percorria a planície
com o seu bafo
sôfrego
e quase quebrava
as flores
de tão de perto
as querer beijar
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