A luz dos tempos | Ir para o princípio |
Os que têm a mercê de conhecerem os méritos do Douro para o lazer adivinham que não será difícil vender o destino – e fazer dinheiro, que é o que se faz no litoral, nas grandes urbes, e ganhar os tempos modernos, com o seu valor acrescentado em qualidade de vida. E as gentes do interior também desejam que o reconhecimento do que fazem se traduza em valor, logo na conta bancária.
Pensa-se isto e há um jovem que nos recebe na sua enoteca, um investimento que além dos objectivos empresariais, pode valorizar a produção regional, dá-la a conhecer aos visitantes, levá-la mais longe. Mas a noite que nos acompanha nos difíceis caminhos para um autocarro permanece velada nas instalações que nos acolhem na Quinta da Avessada.
É um dos tais paradoxos destas terras – se a burocracia não fosse uma mancha permanente em tudo quanto quer mexer. Resolvida a teia de ali fazer chegar a luz, pago o contrato, passaram seis meses e são ainda os geradores que respondem, na medida do possível, às necessidades aligeiradas de alumiar o caminho. (Talvez ainda bem,
porque a obscuridade favoreceu visualmente tradicional a pisa da uva, os movimentos no lagar, e o cerimonial de uma prova de um espumante bruto da região, e de alguns portos e vinhos de mesa. Do bom ao muito bom, com as devidas explicações – para que os circuitos turísticos se não limitem às imperdíveis, sempre fascinantes, paisagens.)
Fotos: Antunes Amor (direitos reservados) Clique sobre elas para ampliar | |
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