Rui Aqui lhe envio algumas fotos da Aldeia de Peroguarda - Ferreira do Alentejo, distrito de Beja, onde assisti ao "Cante ao Menino". Gente simples e trabalhadora, muita dela já com avançada idade, procura nestas actividades salvar o cante alentejano. Um abraço, Carlos Gomes |
As fotografias estão aí. Basta clicar nelas para ampliar.
Agradecem-se as fotos daquela Peroguarda de que se guardam imagens e recordações.
Lá passámos (até lá fomos) diversas vezes. Umas a propósito, outras porque nos apetecia que o caminho para o Alvito fosse por ali, passada Ferreira do Alentejo... E sempre olhando aqueles rostos para perceber as razões de Michel Giacometti querer ser enterrado naquele chão. Ele o corso que viveu Portugal.
Entendemos tudo numa emissão do FEIRA FRANCA em Ferreira: porque se a evocação do investigador e caminheiro já era sentida, a memória do amigo toldou olhares de homens feitos e rijos, rolaram lágrimas nos rostos do coral e embargou-se o cante... Foi preciso ir em frente, mudar planos do som e de conversa, percebendo que havíamos tocado numa corda sensível: o corso era um deles... por isso quis descansar em Peroguarda.
E como foi bonita essa festa em Ferreira do Alentejo onde se misturaram vozes experientes com cantes mais moços... porque há gente nova que sabe cantar à alentejana.
8 comentários:
Gente nossa, e pronto! E ainda falam mal do nosso Alentejo....
Bonito blog, com tempo voltarei para o apreciar melhor!
Um momento lindo das nossas tradições, que espero possam manter-se...
Grata pela partilha
Um abraço e feliz 2007
Espero que não se importem que vos tenha linkado.
Um abraço ;)
Linque à vontade...
Até agradecemos.
Abraço
RDJ
Eu também linquei esta pequena/enorme amostra, do ser português.
Um Abraço
Um mail enviado por um nome desconhecido, cujo destino seria obviamente a "lixeira", não foram as palavras mágicas "Cante ao Menino" em Peroguarda, trouxe-me a este delicioso cantinho.
Só lastimo a ausência do som respectivo...
Um beijo e um Bom Ano!
Caro Rui Dias José
De facto a minha intenção era que o meu amigo as publicasse uma vez que o seu "Café Portugal" tem uma visibilidade que eu ainda não possuo.
Quando se fala de Michel Giacometti, indivíduo de grande qualidade e projecção, de quem gosto muito e cujo trabalho sempre apreciei, que estudou muito da música popular tradicional portuguesa, vem-me à memória outra figura muito importante de um outro caminheiro etnógrafo e investigador alentejano, reconhecido pela enciclopédia Portuguesa-Brasileira e sócio de diversas instituições científicas e culturais, portuguesas e brasileiras, com diversa bibliografia publicada e que, eventualmente por questões políticas, não teve a seguir ao 25 de Abril, o reconhecimento que lhe era merecido.
De quem falo é do Professor Joaquim Baptista Roque, nascido em Peroguarda em 1913. Nesta aldeia, em 1954, com a presença do Governador Civil de Beja, a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, reconhecendo todo o seu trabalho e dedicação à causa alentejana e ao seu povo, prestou-lhe uma homenagem descerrando uma lápide que deu o seu nome à Praça onde existe a casa em que nasceu.
Aliás, o rancho "Alma Alentejana", de que lhe enviei fotos e que foi o primeiro a ter mulheres na sua composição, tendo-lhe então valido alguns dissabores, foi por si fundado em 1938.
Existem cerca de seis mil verbetes sobre o cancioneiro de linguagem popular que ele reuniu em finais de 1947.
Hoje, já depois da sua morte, a Câmara Municipal de Portel, editou em 2000 um CD com cantares alentejanos, que o professor havia recolhido e gravado de forma artesanal, em vinil, na cidade de Beja, em 1948 e 1959, utilizando um rudimentar gramofone.
A maioria do seu espólio está entregue à Câmara de Portel onde se presume venha a existir um museu dedicado ao cante Alentejano.
Em Ferreira do Alentejo, no próximo mês de Março, irá ser atribuído o seu nome a uma rua.
Muito mais havia para dizer e se tiver interesse poderei facultar-lhe a consulta do referido CD ou, em alternativa, poderá solicitá-lo à Câmara de Portel.
Com um grande abraço,
CARLOS GOMES
É com grande alegria que vejo aqui a minha pequena aldeia, Peroguarda, e as suas gentes. Obrigado!!!
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