Apenas pude “apanhar” o “Passeio de Jornalistas” a Portel no Domingo (17) último dia do programa, o que me fez perder o viagem, de barco à Barragem de Alqueva, evento enaltecido pelo grupo de profissionais que o integrou.
Apesar de ter meditado na desfaçatez que seria “aparecer” no último dia, fi-lo por respeito ao convite de Rui Dias José, autor de um projecto que vem concretizando desde há vários anos e que tem a particularidade de nos ter despertado e enriquecido com o conhecimento de diversas facetas de Portugal, muitas desconhecidas do comum dos visitantes, ou mesmo de jornalistas mais atarefados nos meandros do poder central. Através deste “passeio” muitos jornalistas tem podido escrever sobre o que lhes aprouver, na sequência do que vêem, da disponibilidade da informação de autarcas, de agentes turisticos, das gentes do povo. Projectos, incoerências, abandonos, dificuldades, costumes, cheiros e sabores, têm-se exposto aos nossos olhos, para que possamos ser testemunhos de uma realidade, às vezes difícil de acreditar, de um país que gira a várias velocidades, de um país que está a desertificar em termos humanos, de um pais que no seu interior “grita”. Mas esse eco dilui-se em mentes apenas preocupadas com a Europa a que pertencemos e que se afunilam na capital portuguesa. Fora dela há realidades que é preciso conhecer.
E nesse espírito rumei a Oriola, uma terra que eu desconhecia e onde verifiquei que há projectos familiares, exemplares, cujo esforço merece ser reconhecido.
O grupo já se encontrava a visitar, a fábrica de enchidos tradicionais do Alentejo. A "Fercarnes” - dirigida pelo senhor Euclides, um continuador de seu pai que prepara já sucessores como a sua filha Marta - dá trabalho a 30 pessoas da zona de Portel.
Como se distinguiam pelo sabor as finas fatias de paio feito de porco branco e porco preto, que nos deu a provar!
Na queijaria ao lado, “Queijos Fialho & Valverde” um projecto também familiar, o grupo pode apreciar e até comprar bom queijo. Contudo a visita à fábrica foi pouco expressiva já que estávamos em pleno periodo de amamentação das crias das ovelhas e cabras o que lhe retira o leite necessário à laboração. Pudemos apena contemplar os artefactos usados no fabrico do queijo.
Talvez tivesse sido mais interessante se a sua proprietária nos tivesse explicado os processos de fabrico do queijo. Apesar de podermos ler na internet o relato que os miúdos da Escola Básica Integrada de Oriola fazem sobre as diversas etapas da sua produção.
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Fotos: Antunes Amor (direitos reservados) Clique sobre elas para ampliar |
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