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A culpa, até nem foi dos garbanzos... |
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E os garbanzos?
(ou garvanços, ou grabanços, ou...)
- estava a ver que nunca mais chegava a vez dos almoços... |
No Setembro de Campo Maior, quando o sol vai a pino, reparte-se o gentio nas tarefas da manducação. Dos que de fora vieram, uns... já se sabe: atiram-se aos farneis no Jardim Municipal ou acampam nos campos à volta dos parques de estacionamento dos autocarros. Outros, fazem bicha à espera de vez (bem precisam de paciência) para uma mesa num dos restaurantes da terra (à época convertidos em oficinas de refeições non stop). | |
| Entrementes, os autóctones já estão a abancar nas garagens, por esses dias expulsas de automóveis e acomodadas de mesas compridas e dos bancos corridos que houver. É aí que entram os garbanzos - para nós, horda de bárbaros, em tudo semelhantes aos grãos ou até... ao grão de bico...!!!
Preciosismos à parte, ainda tenho na memória alguns desses cozidos, com conversa e bebida a esmo tarde adentro. O pior era ter de trabalhar a seguir... A culpa nem começou por ser minha, mas de um tal professor que fazia parte da Comissão de Festas, lá pelos meados de oitenta do século passado (cruzes!), foi ele que me iniciou nessas andanças (devia antes chamar-lhes "fartanças"?).Depois disso, é bom de ver, como já me conheciam... não era fácil passar desapercebido numa rua qualquer à hora do almoço: havia sempre um chamado para uma mesa de garagem ou até de meio de rua. E eu que nem me costumo fingir muito rogado... Porque o que gosto mesmo é daquelas celebrações de palato e olfacto com muita conversa a acompanhar.
Para desenjoar - que, apesar da festança, isto de grão todos os dias... não dá - lá tentava sair do meio da Festa. O "Põr do Sol" era mais recatado e aquela vitela com alho era |
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óptima para destrunfar... Já nas penúltimas Festas, foram os churrascos do Carvalho, alí para São Pedro, que me foram dando as alternativas á
dieta...
Bem... mas, em Campo Maior, eles não se juntam para comer os garbanzos. Nada diso, é tudo fita, é tudo desculpa: o que eles querem é ficar na taramela, a pretexto de que uns já lá estavam, de que outros foram de férias para ver as Festas, de que já não se | |
viam à muito tempo, de que têm recordações e novidades para desfiar, de que... etc. etc. etc.
Capazes de tudo! Como se as Festas precisassem de justificação.
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