Algarvios, um povo que somos, uma memória que fala. |
Quem sabe (quem ainda se lembra) que o esparto - uma espécie de capim (erva alta) já quase inexistente - servia para fazer cestos e carpetes?
Eu tenho um cesto. Mas todos nos lembramos daquelas carpetes redondas, com desenhos floreados, a parecer junco fino ou sisal.
Para que ficasse com aquele aspecto, o esparto era batido e secado, transformando-se numa matéria de tecelagem parecida com o sisal.
A “Casa da Memória” fala-nos disto e das vivências das gentes algarvias do interior, os hábitos, os artefactos, os modos de vida…a cozinha (com todos os objectos que se utilizavam), tudo coisas que caracterizavam um modo de vida e sobrevivência daquela zona serrana.
Em Alte , ainda restam as marcas... num lugar onde duas ruas estreitas se cruzam e dois rochedos (agora quase aborvidos pelas construções dos muros) lembram que ali as mulheres batiam, até à exaustão, molhos de esparto.
Fotos: Antunes Amor
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