25 fevereiro, 2006

O Palhaço...




Circus - Music by Elias Davidsson

O palhaço está
no meio da pista
O palhaço está
no meio das luzes
O palhaço está
no meio das palmas
O palhaço está
no meio da vida

No meio de si
O palhaço está
no meio
na máscara
no fato
nos guizos
nos risos das crianças

Não sobe trapézios
não doma leões
Ri
bem no meio da máscara
no meio das palmas

Mas dentro do meio
do meio de si
Há palhaço e meio
que finge que ri

Que finge não ser
o homem que é
Angústia a crescer
no riso em maré

No riso escarvado
por dentro do peito
No riso queimado
No riso desfeito

Obras reproduzidas, autores e páginas onde foram localizadas: * Circo Bonito - Fulvio PENNACCHI * Clown - Arte Infantil * El Cirq - Henry MATISSE * Circus Clown - Ray PARSONS' * Palhaço augusto - João do CARMO *

20 fevereiro, 2006

Ala p'rás Terras de Miranda! (3)

24, 25 e 26 de Março

O exercício da língua e da cultura como afirmação de identidade.

A busca do desenvolvimento sustentável como forma de fixação das populações contrariando a desertificação e o abandono.

A aposta nos produtos da terra, recuperando técnicas e saberes ancestrais.

O Turismo
como uma das fontes de rendimento, assente na diversidade cultural, na riqueza patrimonial e na preservação ambiental.

As novas tecnologias como factor integrador
e de combate ao isolamento (quando as verbas não faltam).

E a cooperação transfronteiriça como instrumento de progresso.

A capa de honras inspira padrões de elegância e beleza que o artesanato reinventa e a alta costura inveja e copia.
Da música tradicional partiram grupos que agora fazem ouvir o rock em mirandês.

Mas o caminho mais perto para Lisboa é feito por Espanha até Vilar Formoso...

Março vai ser surtida a Miranda do Douro!

Ala p'rás Terras de Miranda! (2)

No Planalto Mirandês, gaitas de foles em fundo, chegam os tamborileiros.

E o som dos bombos e das caixas de guerra mistura-se com as batidas saltadas dos pauliteiros.

Um lhaço, uma dança, uma gaitada...

Num trote de burro, numa volta de bicicleta, num voo de pomba... Com ganas de passeio nas arribas do Douro, augados por uma chouriça, uma posta ou um bulho com cascas...

Ou apenas em busca do leite, do vinho e do mel.

Miranda do Douro - 24, 25 e 26 de Março

19 fevereiro, 2006

18 fevereiro, 2006

Desculpem a ausência,
mas com a
NETCABO é assim...!!!

Não olhem para mim com essa cara... Não tenho culpa nenhuma. Ou se calhar, até tenho: por ter acreditado na Netcabo! Tudo por aí a falar em novas tecnologias e choques tecnológicos e o meu modem morto, convertido em objecto de decoração/raiva/impotência... Só ontem ao princípio da noite voltou a dar sinais de vida.


Em duas semanas: 10 dias de paralisia total... com ligeiros intervalos. A última paragem veio de 2ª feira e durou até ao fim da tarde de ontem. Não acreditam que possa ser possível? Perguntem à Netcabo que ela explica como consegue.
Só na quinta feira (mais de 90 horas depois de comunicada a avaria) terão iniciado a intervenção técnica passível de a resolver. Um record de brio, eficácia, rigor e prontidão.

Ás malvas os direitos dos consumidores, as responsabilidades contratuais, as necessidade individuais e empresarias de comunicação. Apenas um olímpico e sobranceiro desinteresse e um inaudito abuso de posição dominante.
Quem está mal que se mude...
É isso que vou fazer nos próximos dias, se encontar um ISP que me dê um minimo de garantias de fiabilidade e de preocupação pelo serviço que presta (aceitam-se sugestões!).

* * * * *


Típico cliente sem preocupações de nenhuma espécie. Quando lhe quiserem ligar a net... que liguem! Quando quiserem desligar... que desliguem!
Ele até prefere a paisagem e só tem um modem da Netcabo porque fica bem em cima da secretária...

17 fevereiro, 2006

Retratos do Passeio de Jornalistas
no Norte Alentejano (8)

Por último, noto a simpatia e correcção com que autarcas, responsáveis pela Região de Turismo, directores e técnicos do Parque Natural, pessoal de apoio, nos receberam e se disponibilizaram para nos dar esclarecimentos, estando sempre presentes nos diferentes eventos, provando-nos os esforços que estão a ser feitos para evitar a desertificação humana numa região onde impera a beleza e a qualidade genuína de produtos e gentes locais.

À espera que outras gentes os visitem e usufruam dos seus saberes, sabores e fazeres.

A “Quinta da Cabaça” onde nos despedimos, é um bonito restaurante e um feliz aproveitamento de uma adega que soube juntar o requinte com a tradição.
Um luxo! Que apetece pegar com uma pinça e trazer para Lisboa.

Retratos do Passeio de Jornalistas
no Norte Alentejano (7)


Em Portalegre
onde é visível o novo Edifício da Câmara, uma obra de recuperação arquitectónica notável, a aprontar-se para receber este mês o Festival Internacional de Jazz, “O Portalegre JazzFest” já dia 23 de Fevereiro.
A cidade “mexe-se” com nova dinâmica local.

O Museu da tapeçaria, único no mundo, é moderno. Contem importantes e ricas reproduções de pintores portugueses e até de Malangatana de Moçambique…mas precisa de maior divulgação – as novas tecnologias poderão dar uma ajuda - para que cada vez mais gente aprecie aquele “ponto” português.

Como gostei do filme que nos proporcionaram ver …de um Portalegre antes e depois de Revolução de Abril… as suas vivências e costumes…a “movida” alentejana, mais intensa do que a de hoje... Agora tem de se recorrer a tudo para fixar pessoas no interior.

16 fevereiro, 2006

Retratos do Passeio de Jornalistas
no Norte Alentejano (6)

É preciso fazer algo para que se possa criticar… e isso , “o fazer” é um privilégio da Fernanda , a coordenadora do rancho folclórico de Castelo de Vide, uma jovem engenheira que com alma e emoção nos soube presentear ao jantar, na “Casa do Parque”, não só com várias actuações de danças e cantares do grupo para o qual soube cativar o marido, a sogra, o cunhado, a mãe… como ainda explicou o significado de cada traje, as diferenças sociais, as dificuldades do desenvolvimento humano em terras pobres e agrestes, os sonhos e lutas das gerações anteriores...

A minha homenagem vai também para as mulheres que fazem os enchidos na unidade de transformação “os Beloteiros” - em Arronches - um exemplo de empreendedorismo que quer conquistar a Europa – são anónimas, porque várias, mas lá estavam a um sábado, com prejuízo das suas famílias, para nos mostrar como se fazem os chouriços e as farinheiras de qualidade.

A minha estima igualmente para todas as cozinheiras que se esmeraram na confecção de todas as refeições que nos foram oferecidas nos diversos locais, pelo seu esmero e capacidade em mostrar-nos a gastronomia típica – muitas vezes excessiva para o meu estômago já habituado a quantidades menores e sabores menos apurados.

Retratos do Passeio de Jornalistas
no Norte Alentejano (5)


Marvão, uma relíquia arquitetónica que aguarda da UNESCO - prevendo-se em Julho – a sua classificação de Património Mundial, uma importante medida que valorizará a zona e atrairá turistas.
A minha homenagem a todos os autarcas e homens e mulheres públicas que se empenham neste projecto e denotam um esforço para atrair novas vivências ao interior do nordeste alentejano onde tudo é feito com duplo sacrifício.

15 fevereiro, 2006

Retratos do Passeio de Jornalistas
no Norte Alentejano (4)

Num percurso pelo Parque Natural de S. Mamede onde são já raras as convivências humanas, apreciei a extensa mancha de soutos (para quem não se lembre, são conjuntos de castanheiros).

Têm muitos anos…estão velhos…a precisar de novas replantações…explicaram-nos responsáveis pela reserva. Uma pena…que o país acarinhe tão pouco o seu património…

Mesmo assim imaginei-os carregados de ouriços e olhei-os desnudados, nesta altura do ano, mantendo a beleza do seu porte de troncos fortes a resistir às intempéries e incompreensões humanas. Dentro do autocarro, entretinha-me, através do vidro admirar esse belo quadro onde se distinguia ainda a verdura dos azinhais, intercalados de quando em vez, por um casario branco de barras amarelas…um tipicismo que reclama novos olhares.

12 fevereiro, 2006

Retratos do Passeio de Jornalistas
no Norte Alentejano (3)

Julien Reynolds, o proprietário da Monte da Figueira de Cima, em Arronches, um elegante cidadão espanhol de origens portuguesa e inglesa, juntou a história e a cultura com o marketing na projecção do Clube Glória Reynolds (que permite o acesso exclusivo a um vinho requintado do mesmo nome) numa referência que honra o nome da sua mãe.

Na bela adega de asnas em madeira e gigantescas mesas em fatias brutas de xisto - a fazer inveja – erguem-se grandes tonéis de carvalho francês onde fermentam e se apuram os requintados vinhos. Nas paredes, fotografias a preto e branco de Gloria Reynolds e seus antecedentes – uma violinista actualmente com 96 anos a quem Julien, diz dever-lhe o saber amar Portugal e sobretudo o Alentejo.

A quinta é extensa. Avista-se o gado, manadas e rebanhos, e as vinhas estão bem tratadas.
Julien, que se divide entre Espanha e Inglaterra no comércio da pedra xistosa, transmite o alento e a energia de que afinal são possíveis em Portugal projectos interessantes.
O almoço foi nas sua quinta, depois de nos proporcionar uma tradicional matança de porco.

Não faltou o cumprimento de exigências sanitárias e o veterinário a atestar a boa saúde do animal. Lá estavam, qual carimbo da minha infância de zona saloia(Mafra), os homens a segurarem o porco deitado, o facalhão que faz a sangria, a mulher com o alguidar de barro... e que deve mexer incessantemente o sangue para que não coagule.

Foi um frugal almoço, com as sopas de cachola e cozido, as costeletas, as febras... o pão e a garrafa de azeite... E o Julien, qual senhor que já fez cinema, fazia questão de servir ele próprio, junto de cada convidado, o célebre vinho “Glória Reynolds”.

Retratos do Passeio de Jornalistas
no Norte Alentejano (2)

Imagem retirada de Marvão - Candidatura a Património Mundial


Casa de Ana Pestana, em Aramenha – turismo de habitação – onde dormi.

É um requinte que de per si, justifica o passeio.
A Ana, arquitecta, que levou quatro anos a refazer a sua casa ardida – disseram-me os amigos que ela “é muito determinada e até fazia e punha a massa…como se fora o pedreiro…”- é uma mulher amável que colocou a sua personalidade por toda a casa. Uma recuperação onde a pedra, sobretudo o xisto, misturada com vidro, são valorizados.
Tudo é harmonia…o sol que entra pelas janelas sem cortinas, os nichos, os soalhos, a vista para a serra, os objectos antigos e recuperados, originalidades e pinturas, numa fusão do antigo e do moderno, onde nos sentimos sobretudo, bem. Que lindas as casas de banho com lavatórios assentes sobre fatias de xisto….

Retratos do Passeio de Jornalistas
no Norte Alentejano (1)

Imagem retirada de Marvão - Candidatura a Património Mundial



Uma região cheia de potencialidades a precisar que o governo olhe para ela, sob pena de todo o esforço humano em curso, se frustrar.




Que recepção agradável na Taberna António José – uma casinha discreta, decorada com objectos da lavoura, primando pela qualidade.

A bela sopa de tomate que nos foi servida ( uma trintena de pessoas) foi a minha escolha, ”o meu jantar” mais que suficiente, dispensando as migas com entrecosto, prato igualmente bem confeccionado e abundante.

O sabor autêntico...



Uma breve visita à salsicharia Os Beloteiros, em Arronches, é uma lição.

José Luís Cachapa, agricultor, médico-veterinário e um dos dois sócios que dão corpo a este projecto, explica os comos e os porquês (...) - jornal Fonte Nova (ler mais).

Gloria Reynolds - A Coroa do Monte da Figueira


"O Alentejo tem tudo para se desenvolver, não está é descoberto"

Esta é uma convicção de Julien Reynolds, empresário conhecido da área das pedreiras de xisto em Espanha, aqui bem perto de nós, e que há alguns anos adquiriu o Monte da Figueira, a cerca de dois quilómetros de Arronches (...) - jornal Fonte Nova (ler mais).

Jornalistas apaixonam-se pela gastronomia e encantos do Parque Natural

(...) Dificilmente poderia ter corrido de melhor forma esta visita à área do Parque Natural que contou ainda, em diversos momentos, com a companhia de autarcas de todos os concelhos envolvidos (...) - jornal Fonte Nova (ler mais).